segunda-feira, junho 08, 2009

Um Barquinho Automovel

É facil fazer mover um barquinho na agua sem o auxilio de qualquer mechanismo. Corta-se, numa delgada folha de estanho, um fragmento do feitio d'um bote, de 0m,05 de comprimento, com uma abertura triangular numa das extremidades. O estanho deve ser, já se vê, muito delgado. Depois põe-se o barco cuidadosamente sobre a agua, de modo que fluctue. Compra-se uns cem réis de camphora, corta-se, com um canivete, um boccadilho do tamanho d'uma ervilha e colloca-se na extremidade do barco, no angulo da aberturam de sorte que a camphora toque da agua e ao mesmo tempo equeilibre também o barco. Num ou dois seguntos, este começa a mover-se e continuará sempre enquanto a camphora estiver em contacto com a agua. Cortando o estanho d'uma forma arredondada, ou em forma de ferradura, teremos um barco que viajará continuamente em redor d'uma bacia circular ou d'um grande prato. Um moço habilidoso pode fazer com um arame muito delgado e com um pedaço de papel um mastro para o barco e pôr-lhe uma bandeira na extremidade.
(Thesouro da Juventude, Vol. IX, pág. 2742 - Cousas que Podemos Fazer)

sábado, março 14, 2009

O que ha por detraz dos limites do espaço?

Poucas são as occasiões em que se pode responder a uma pergunta relativa ao mundo exterior, só com o auxilio da nossa intelligencia. É certo que durante muitos seculos esteve paralyzado o progresso dos conhecimentos humanos, porque os homens se empenhavam em descobrir as cousas com as suas proprias intelligencias, em vez de estudar a natureza e ver o que ella nos mostra; mas a essa pergunta podemos responder com a nossa intelligencia, sem termos de nos incommodar a ir nada menos que até o fim do espeço, para isso. Quando começamos a pensar no limite do espaço, lembramo-nos que deve haver outro espaço mais para além. A nossa mente não pode conceber que o espaço tenha limites, porque temos necessariamente que pensar que, para trás, ha mais espaço. Tambem não podemos pensar no fim nem no principio do tempo. Por muito que queiramos retroceder com o pensamento, vemos sempre que deve ter havido tempo antes do limite em que pensamos, por muito remoto que seja; e embora o mundo acabasse, o tempo continuaria a decorrer depois d'este acontecimento. A propria natureza de nossa mente obriga-nos a pensar no espaço como em uma cousa infinita, e outro tanto podemos dizer com respeito ao tempo. Nem um nem outro teem limite.
(Thesouro da Juventude, Vol. XI, pág. 3354 - O Livro dos "Porquês")

terça-feira, dezembro 23, 2008

Pessoas que pensam por meio de imagens visuaes

Na invenção e experimentação, an technica e na geometria, ha tambem uma grande necessidade da visão interior - de ver mentalmente como as cousas hão de funccionar, como se ajustarão entre si, como se podem arranjar, etc.
Esta faculdade de formação de imagens no espirito chama-se "visualização", e, nas pessoas em que é muito accentuada, constitue a sua maneira de pensar mais natural. Estes individuos podem não só evocar muito nitidamente no espirito a memoria de passadas "percepções", de sorte que, tendo uma vez visto uma machina trabalhar lhes é possivel em qualquer occasião recordar-se de como ella trabalhava, mas ainda, como já se fez notar, podem conceber novas combinações na mente, e em seguida realizal-as, dando-nos um novo invento, como a machina a vapor ou o phonographo.
Há uma outra variedade de "visuaes" que, comquanto fundamentalmente do mesmo typo, apresentam comtudo differenças notaveis em relação a esses. No typo que temos estado apreciando interveem ordinariamente associações de causa e de effeito, em tambem, em larga escala, de calculo mathematico. Estes individuos não se preocupam muito com a apparencia exterior das cousas; não manifestam talvez um prazer particular na contemplação da belleza de cores e de formas. Ha, porém, repetimos, uma outra variedade de espiritos visualisadores que, sem serem de natureza scientifica ou praticamente inventiva, são, no entanto, altamente notaveis em sua constutuição especial. Nestes as associações são mais relativas ao aspecto das cousas e sua acção sobre a nossa sensibilidade, e especialmente formadas por comparações e recordações da sua forma e cor, luz e sombra, diversidades de aspecto segundo as differentes horas do dia, as differentes epochas do anno, etc., e respectiva expressão para o nosso espirito; são os typos mentaes que, quando possuem faculdades creadoras, caracterizam os artistas.
(Thesouro da Juventude, Vol. XVI, pág. 5039 - O Livro da Nossa Vida - O que acontece quando pensamos)

terça-feira, dezembro 02, 2008

Porque temos os olhos mais brilhantes quando estamos allegres?

Todos sabem que alguma cousa acontece aos olhos quando estamos cheios de alegria: effectivamente, parece que ficam mais brilhantes, como se algum brilho interior passasse atravez d'elles. Mas se observarmos attentamente, sempre que tivermos occasião para isso, veremos que se pode ver alguma cousa mais do que supponhamos.
É provavel que a differença seja devida, não precisamente ao olho, mas ás palpebras. Ha razões para suppor que, quando manifestamos a nossa alegria, e seja qual for a apparencia do que se observe, o effeito é causado pelo movimento d'algum musculo.
As pessoas que teem estudado o assumpto asseguram que, em taes casos, as palpebras effectuaram uma serie de movimentos muito rapidos e ligeiros que nos chamaram a attenção, concentrando-a no olho. De cada vesz que as palpebras se cerram, é arrastada uma lagrima por sobre a pupilla, e d'este modoa sua superficie recebe uma porção de fluido mais abundante que a habitual, sendo protanto natural que brilhe pelo mesmo motivo que brilha quando choramos. Este effeito, por conseguinte, não é devido aos olhos, mas sim ás palpebras, sendo estas ultimas que fazem com que o olhar das pessoas que estão alegres seja mais brilhante.
(Thesouro da Juventude, vol XVI, pag 4957, O Livro dos "Porquês")

domingo, novembro 30, 2008

Invocação a Deus antes de começar o Estudo

por A.F. de Castilho

Tu, cujo amor em canticos
Celebram sem cessar
O mundo dos espiritos,
O céo, a terra, o mar!

Senhor, acolhe as súpplicas
De pobres filhos teus!
Melhora-nos! Illustra-nos!
Ampara-nos, oh Deus!

À luz disseste: Faça-se!
E a noite em luz se fez:
Dissipe egual prodigio
A sombra em que nos vês!

Nas trevas da ignorancia
Não medra o santo amor.
Illustra-nos! melhora-nos!
Senhor! Senhor! Senhor!

(Thesouro da Juventude, vol. IX, pag 2751 - O Livro da Poesia)

segunda-feira, agosto 08, 2005

Que vantagem tem para as flores o seu proprio perfume?

Devemos notar que não é para nós que as plantas produzem o seu oleo volatil, mas sim para os fins e necessidades da sua propria vida; e é muito mais interessante averiguar, se fôr possivel, a razão por que a planta produz o seu oleo, do que o motivo que nos leva a expremel-a para lhe roubar essa substancia.
Notemos, antes de mais nada, que é quasi sempre a flor que contém a essencia; não é o caule, nem a raiz, nem sequer as folhas, mas especificamente a flor. Se pensarmos para que servem as flores, teremos a explicação d'este facto.As plantas deitam flores, para, por meio d'ellas, produzirem as suas sementes, as quaes, ao amadurecer, cahem sobre a terra e, germinando, dão vida a uma nova planta. Geralmente são os insectos os encarregados de preparar as sementes, que mais tarde hão de ser enterradas na terra; pousando sobre uma flor roubam-lhe uma certa substancia que em seguida vão depositar sobre outra flor de uma planta da mesma especie, fecundando-a, e fazendo assim com que ella, mais tarde, produza sementes.
Ora para assegurar esta funcção, era preciso que as flores attrahissem os insectos. Em primeiro logar, a planta da ás suas flores a belleza e a cor que faz com que os insectos as decubram facilmente; e, em segundo logar, fornece-lhes muitas vezes um aroma penetrante que tambem os attrahe, obrigando-os a pousarem nellas, para se embriagarem com os seus perfumes.
Por outro lado, existem microbios que poderiam atacar essas preciosas flores e que conseguiriam destruil-as, se não fossem destruidos pelos oleos volateis.
(Thesouro da Juventude, Vol. I, pág. 70 - O Livro dos "Porquês")

domingo, julho 24, 2005

O grande mysterio do radio que os sabios procuram descobrir

Um homem muito distincto julgou, e com elle julgaram muitos outros, que o radio tirava do ar, cujos atomos se encontram num estado de constante agitação, uma parte da energia nelle contida, e que o radio de alguma maneira transformava em radiações calorificas a energia obtida por esta forma. Mas esta theoria foi inteiramente posta de parte, como uma especie de transformador de energia, que absorvia radiações, ondas ou movimento externo para transformar esta energia em calor.
(Thesouro da Juventude, Vol. XV, pág. 4598 - O Livro da Terra)