Porque é que morremos?
Por outro lado, parece que a morte é como que uma condição neccesaria para que a vida se reproduza; é facil ver que toda a morte é principio de nova vida sobre a terra; que nada, na realidade, se consome ou se perde; e se não fossem a morte e os nascimentos, a vida nunca poderia desenvolver-se nos mais humildes animaes e plantas, desde os seus mais baixos principios até ao que é actualmente. Nas nossas proprias vidas podemos observar que existem grandes compensações para a morte. Se não existisse a morte não haveria nascimentos, porque não haveria logar para as creanças, e um mundo sem creanças talvez não fosse digno de que vivessemos nelle.
A questão primacial para todos os seres vivos é, indubitavelmente, a alimentação. O ar é egualmente necessario, mas pode obter-se sempre em toda a parte; o sustento, porém, não abunda da mesma maneira. A causa mais vulgar da morte entre os seres inferiores, quer sejam plantas ou animaes, é a fome, a qual affecta especialmente os novos rebentos d'esses seres, cuja maioria morre de inanição.
(Thesouro da Juventude, Vol. VII, pág. 2239 - O Livro dos "Porquês")
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